domingo, 21 de novembro de 2010

As lições extraídas da vida de Samá

por Alexandre Pitante



Introdução

1Sm 23.11,12
Estes homens chamados de Valentes de Davi ou Heróis de Davi não eram pessoas comuns, mas sim homens notáveis dotados de uma capacidade de batalha extraordinária. Antes de falar sobre Samá preciso destacar algumas características notáveis desses valentes.

De covardes, Davi os fez valentes e poderosos (II Sm 23:8).
De aflitos, Davi os fez soldados valorosos (I Cr 12:22).
De endividados, Davi os fez mais valiosos do que ouro: O menor valia por 10 homens e o maior por 1000 (I Cr 12:14).

1. Eles eram a escoria da sociedade.
1 Sm 22.2 Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.
Deus é especialista em pessoas que não deu certo, o lixo Deus transforma em luxo. Sl 113.7 Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o necessitado, 8 para o assentar ao lado dos príncipes, sim, com os príncipes do seu povo.

2.
Eles eram Leais a Davi e nunca se rebelaram contra ele
(I Cr 12:22). Porque naquele tempo, dia após dia, vinham a Davi para o ajudar, até que se fez um grande exército, como o exército de Deus. Mesmo sendo dotados de uma força extraordinária nunca se rebelaram contra Davi. A bíblia fala que eles manejavam arco e flecha atiravam pedra e manejavam a espada com as duas mãos. (1Cr 12.2).

O nome Samá tem, no hebraico, o significado de "desolação".
viveu por volta do ano 1.000 a.C. É chamado também de Samote (1Cr 11.27) e Samute (I Crônicas 27.8). Era hararita, filho de Agé. Foi designado como um dos oficiais de Davi, encarregado da milícia durante o quinto mês do ano.

Quais as lições extraídas da Vida de Samá?

1) Venceu a luta interior que foi a primeira batalha.
A maior dificuldade foi vencer a sua própria consciência ou o velho homem que corre de lutar.

2) Não se importou em estar sozinho.
É sozinho que temos as maiores experiências com Deus:
Foi sozinho que Deus se revelou a Moisés na sarça ardente.
Foi sozinho que Deus visitou Elias na Caverna – dizendo a ele que ainda 7000 joelhos não se dobraram.
Foi sozinho que João na ilha de  Patmos teve a maior revelação – do APOCALIPSE.

3) Ele não desistiu de lutar, entrou na batalha sem se preocupar com o resultado.
Muitas pessoas desistem de suas batalhas antes mesmos de lutar em contra partida existem outras que enfrentam de maneira errada, entram só se for vencer. Samá entrou nesta batalha correndo risco de VIDA e sabendo que o resultado final poderia ter sido uma derrota.
"Alguns perdem, outros ganham. Ê a lei da natureza. A perda de uns pode significar a vitória de outro”.

4) Ele se pôs no meio do pedaço de terra.
Vejam bem que ele se colocou no meio, este lugar é um lugar de destaque, onde eu dou minha cara pra bater. Existem pessoas que se colocam no meio pra se aparecer, mas Samá se colocou no meio pra lutar pela sua causa.
Enquanto muitas pessoas só vivem pelos cantos na igreja sem participar de nada, literalmente nos cantos, enquanto algumas pessoas estão no meio de muito boa vontade gastando e se deixando gastar pela obra do Senhor.

5) Ele defendeu o pedaço de terra e não a lentilha.
Se pôs no meio daquele pedaço de terra, e o defendeu. Samá defendeu o pedaço de terra e não a lentilha.
A lentilha e algo que se eu plantar eu colho, considero isso então que lentilhas e tudo o que eu posso plantar e colher.

Ex.:
Lentilha: Carro, Casa, Ministério, Cargos eclesiásticos. 
Em contra partida o pedaço de terra e aonde eu planto, se eu não tiver onde plantar não tenho como colher, Samá sabia disso e defendeu o pedaço de terra, repare que o versículo diz: que ele (Samá) o defendeu e não a defendeu , ele defendeu o terreno. Notamos também que ele se colocou no meio do terreno, a batalha seria sem cima e as lentilhas seriam todas pisadas, com isso vemos a importância da lentilha pra Samá, naquele momento nenhuma. Pedaço de terra e a base de tudo o que é sólido.

Ex.: Pedaço de terra: Minha família, Minha Fé, Minha Salvação.
1Rs 21.1 Sucedeu, depois disto, o seguinte: Nabote, o jezreelita, possuía uma vinha ao lado do palácio que Acabe, rei de Samaria, tinha em Jezreel. 2 Disse Acabe a Nabote: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está perto, ao lado da minha casa. Dar-te-ei por ela outra, melhor; ou, se for do teu agrado, dar-te-ei em dinheiro o que ela vale.
3 Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o SENHOR de que eu dê a herança de meus pais.

6) Ele defendeu e o Senhor operou um GRANDE livramento.
Ele defenderia de unhas e dentes o que era dele. A operação de Deus ou a intervenção Divina depende muito de nossas ações, neste cenário eu digo que Deus teve prazer de operar um GRANDE livramento diante de tudo o que Ele o Senhor observou deste grande Vencedor SAMÁ.


Conclusão

E Deus realizou grande livramento. Duro é chegar num lugar e todos estarem prostrados ou mesmo mortos. Aí Deus não tem como realizar nenhum livramento. Mas se houver um só de pé, então há esperança.
Precisamos agir como vencedores e defender o nosso pedaço de terra, nossa fé, nossa herança (família), nossa Salvação.

A Cruz de Cristo

por Hernandes Dias Lopes
Referência: Isaías 53.1-12

INTRODUÇÃO
1. A cruz de Cristo é a mais eloquente expressão do amor de Deus por você
• Deus ama você. Ele não escreveu essa verdade em letras de fogo nas nuvens, mas revelou esse amor na cruz do seu Filho. Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
• Você é tão especial para Deus, que ele amou você de tal maneira que deu tudo, deu a si mesmo, deu o seu único Filho.
2. A cruz de Cristo não foi um acidente, mas um apontamento de Deus desde a eternidade
• Cristo veio para morrer. Ele foi morto desde a fundação do mundo. Ele nasceu para ser o nosso substituto, representante e fiador. A cruz sempre esteve encrustrada no coração de Deus, sempre esteve diante dos olhos de Cristo. Ele jamais recuou da cruz. Ele marchou para ela como um rei caminha para a coroação.
• O amor de Deus por você é eterno. A causa do amor de Deus está nele mesmo. Ele não desiste de você.
3. A cruz de Cristo foi o seu gesto mais profundo de sacrifício
• Ele deixou a glória, o trono, esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido, preso, açoitado, cuspido, pregado na cruz. Sendo Deus se fez homem; sendo senhor, se fez servo; sendo santo, se fez pecado; sendo bendito se fez maldição; sendo o autor da vida, deu a sua vida.
  
I. QUEM LEVOU JESUS À CRUZ?

1. A morte de Cristo não foi determinada por fatores circunstanciais
• Cristo não foi morto porque os sacerdotes o prenderam, porque o sinédrio o sentenciou, porque Pilatos o entregou, porque os judeus o acusaram, porque Judas o traiu, porque Pedro o negou, porque os soldados o pregaram na cruz. 
• Quem levou Jesus à cruz, então?

a) Os nossos pecados levaram Jesus à cruz 
• V. 5 – “ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades”.
• V. 8b – “por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido”.
• V. 12 – “levou sobre si o pecado de muitos”.
• V. 4 – “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si”.
• O que matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem o suplício da cruz, fomos nós, os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele foi moído pelos nossos pecados. Na cruz ele sorveu o cálice da ira de Deus sobre o pecado. 
• Na cruz ele foi feito pecado por nós. A espada da lei caiu sobre ele, pois era o nosso substituto.

b) O Pai o levou à cruz
• V. 6 – “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós”.
• V. 10 – “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar”
• V. 4b – “e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido”.
• Jesus não foi à cruz porque a multidão sanguissedenta critou: crucifica-o, crucifica-o. Ele não foi a cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja; Judas o traiu, por ganância; Pilatos o sentenciou por covardia e os soldados o pregaram na cruz por crueldade. Ele foi cruz porque o Pai o entregou por amor.

c) Jesus voluntariamente foi à cruz
• V. 4 – “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si”.
• V. 10 – “quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado”.
• V. 11 – “O seu servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si”.
• O apóstolo Paulo diz que o amor de Cristo nos constrange. Ele nos amou e a si mesmo se entregou por nós.

II. QUE TIPO DE SOFRIMENTO JESUS SUPORTOU

1. Jesus suportou o sofrimento moral e espiritual
• Seu sofrimento foi repulsivo. Ao vê-lo, “os homens escondem o rosto” (v. 3). 
• Seu sofrimento não produziu compaixão nos outros: “e dele não fizemos caso” (v. 3). 
• Ele teve experiência íntima e longa com o sofrimento: “homem de dores e que sabe o que é padecer”.

a) Rejeição – v. 3: “o mais rejeitado entre os homens”
1) Ele foi rejeitado pelo seu povo = “Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam”.
2) Ele foi rejeitado pelos religiosos da sua época = que lhe chamaram de fanático, mentiroso, blasfemo, pecador, beberrão e até endemoninhado.
3) Ele foi rejeitado pela mesma multidão que o aplaudiu = empolgada com seus milagres, agora como uma turba, como uma súcia sanguissedenta, grita diante de Pilatos: crucifica-o, crucifica-o! Caia sobre nós o seu sangue!
4) Ele foi rejeitado pelas autoridades romanas = Herodes, o grande quis matá-lo quando infante. Pilatos covardemente o entregou para ser crucificado. Herodes, Antipas o escarneceu.
5) Ele foi rejeitado pelas autoridades judaicas = O sinédrio forjou testemunhas falsas para acusá-lo. Acusaram-no de blasfemo. Cuspiram no seu rosto.
6) Ele foi rejeitado pelos seus apóstolos = Jesus o traiu, Pedro o negou, os demais o abandonaram e fugiram.
7) Ele foi rejeitado pelo próprio Pai – Quando Deus lançou sobre ele as nossas iniquidades, ele foi feito pecado por nós. Nesse momento, sentiu o desamparo de Deus e gritou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”
8) Ele ainda é rejeitado = quando amamos mais o pecado e ainda ultramos o seu Espírito e calcamos aos pés o sangue da eterna aliança.

b) Humilhação – v. 3 – “e como um de quem os homens escondem o rosto”
• O Sinédrio o humilhou cuspindo nele.
• Os soldados o humilharam o açoitando e rasgando o seu corpo com fortes açoites, colocando na sua cabeça uma coroa de espinhos, dando-lhe pancadas na cabeça.
• Jesus foi humilhado ao ter que carregar uma cruz pelas ruas agitadas de Jerusalém ao lado de dois ladrões.
• Ele foi humilhado pelo vozerio da multidão ao pé da cruz. Ele foi humilhado até a morte e morte de cruz”.
• Ele foi humilhado quando clamou que estava com sede e lhe deram vinagre para agravar sua tortura.

2. Jesus suportou o sofrimento físico
a) Semblante desfigurado – v. 2 “…”
• Não havia beleza nele. Ele não aparência nem formosura. A nossa feiúra moral estava sobre ele. Todos os nossos horrendos pecados foram lançados sobre ele. Seu rosto ficou desfigurado. Ele foi feito pecado, maldição. 
• Seu corpo foi ferido. Ele ficou ensanguentado. Seu corpo tornou-se cheio de hematomas e chagas. Toda a nossa tragédia foi lançada sobre ele.

b) Torturas crudelíssimas – v. 4b,5,10
• Ele ficou aflito, ferido, oprimido, traspassado, moído. Sofreu castigo. Ficou cheio de pisaduras. Ele foi moído e enfermou.
• Na noite em que foi preso, sua alma estava angustiada até à morte. Sendo o libertador, foi preso. Sendo santo, foi escarnecido como criminoso. Sendo o criador foi cuspido pela criatura.
• Agora, já arquejado e machucado pelos açoites, com seu rosto ensanguentado, empreende a longa caminhada ao calvário. Sua fronte está ferindo e sangrando. Seu corpo febril lateja debaixo das chicotadas e dos empurrões. Começa a grande marcha para o monte do juízo. A maior marcha da história, não com rodas dos carros de guerra, nem com o estrupido febril dos cavalos, mas com o ruído dos passos de um homem, andando sob o peso de seu próprio cadafalso.
• Jesus marcha arrastando consigo todas as máscaras da humanidade. Marcha debaixo da zombaria da multidão. Seu corpo titubeia, caia, mas é levantado aos empurrões e sob fortes açoites prossegue a marcha.
• Jesus é erguido no leito vertical da morte. Suas mãos foram rasgadas, seus pés pregados no lenho. Foram seis horas de vergonha e horror. Ali suspenso entre a terra e o céu sofreu sede, dor, vergonha, humilhação, abandono. Ali desceu ao inferno para nos libertar do cativeiro do pecado.
• O próprio universo entrou em convulsão: houve trevas. O sol cobriu o seu rosto de vergonha. As pedras se arrebaram nos vales, os túmulos foram abertos.
• Isaías 53:5 diz que Jesus foi ferido. Ferimentos, de acordo com a definição de um cirurgião podem ser classificados por suas características:
a) Contusão = É uma ferida produzida por um instrumento grosso e cego. Esta ferida resultaria de um golpe com vara, como profetizado em Miquéias 5:1: “Ferirão com vara a face ao juiz de Israel” e Mt 26:67: “O esbofetearam” e Jo 18:22: “Um dos guardas deu uma bofetada em Jesus”.
b) Laceração = É um ferimento produzido por um instrumento que rasga. A laceração dos tecidos era o resultado dos açoites e estes vinham-se tornado uma fina arte entre os romanos. O chicote romano era uma tira de couro com várias extremidades, cada uma com uma ponteira de metal. “Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo”. Seu corpo foi todo lacerado. Sua carne foi rasgada.
c) Penetração = Trata-se de um ferimento profundo causado por um instrumento pontiagudo. Esse ferimento foi causado pela coroa de espinhos que fez sangrar sua cabeça (Jo 19:2). “tomaram o caniço e davam-lhe com ele na cabeça” (Mt 27:30).
d) Perfuração = Perfurar vem do latim “passar através de”. As mãos e os pés de Jesus foram traspassados. Os cravos de ferro eram cravados entre os ossos separando-os sem quebrá-los.
e) Incisão = É um corte produzido por um instrumento pontiagudo e cortante. “Um dos soldados lhe abriu o lado com uma lança e logo saiu sangue e água” (Jo 19:34).

III. COMO JESUS REAGIU DIANTE DO SOFRIMENTO DA CRUZ

1. Ele se entregou como sacrifício
• A morte de Cristo foi substitutiva. Ele foi a cruz em nosso lugar. Nós é que devíamos ter suportado aqueles açoites. Nós devíamos ter carregado aquela cruz. Mas ele tomou o nosso lugar. 
• Ele não tinha pecado: “nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca” (v. 9).
• Ele é o Cordeiro que tira o pecado do mundo. “Ele como cordeiro foi levado para o matadouro” (v. 7).
• “Ele foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo foi ele ferido” (v. 8).

2. Ele não abriu a boca para pedir vingança aos seus algozes
• “e como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (v. 7).
• Ele se entregou. Ele voluntariamente foi a cruz. Jesus não se rebelou ao ser preso, julgado, espancado, pregado na cruz. Ele não bradou por vingança ou por socorro.

3. Ele intercedeu pelos seus algozes
• “levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (V. 12).
• Em vez de vingar-se, de falar impropérios e despejar libelos acusatórios contra seus algozes bestiais, Jesus intercedeu por eles, ministrando-lhes seu amor e seu perdão. Ele intercedeu e atenuou a culpa dos seus exatores.

IV. A GLORIOSA RECOMPENSA DA CRUZ

1. Jesus venceu a morte
• Jesus venceu a morte. Ele tirou o aguilhão da morte. Ele matou a morte. A morte agora não tem a última palavra. Tragada foi a morte pela vitória.
• V. 10: “verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos”.
• Ele ressurgiu. Ele está vivo. Ele venceu a morte. Ele rompeu os grilhões da morte. Ele abriu o túmulo de dentro para fora. Ele conquistou para nós imortalidade. Aleluia!

2. Jesus remiu um povo para Deus – v. 11-12
• Ele nos comprou com seu sangue. Ele tirou-nos da maldição, da escravidão, do império das trevas, da potestade de Satanás, do jugo do pecado. Agora somos livres, somos filhos de Deus.
• Agora temos a justificação. Somos perdoados. Temos toda a justiça de Cristo em nossa conta.
• Agora somos filhos, herdeiros, adotados na família de Deus!

3. Jesus chama um povo para si – v. 11,12
• V. 11 – “Ele verá o fruto do seu penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito”
• V. 11 – “Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte”.
• Hb 12:2 – “o qual em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia”.
• A recompensa de Jesus é VOCÊ. É seu arrependimento. É sua volta para ele. É sua conversão. Rejeitar Jesus é crucificá-lo de novo. É cuspir no seu rosto outra vez. Recebê-lo traz-lhe alegria. Cristo suportou tudo para conquistar você. Ele ama você. Você é sua recompensa.
• Hoje, o Pai quer lhe trazer a Jesus, para alegria de Jesus, para celebração de uma festa no céu!

***

Inversão

 por Alan Brizotti

Era para ser igreja, mas virou empresa

Era para ser pastor, mas virou lobo

Era para ser luz, mas amou a escuridão

Era para ser Jesus, mas preferiu Barrabás

Era para ser pela Bíblia, mas enveredou pelo que dizem os homens

Era para ser sinal, mas já virou o fim em si mesmo

Era para ser testemunho, virou vergonha

Era para ser milagre, agora é rotina

Era para ser vibrante, ficou maçante

Era para ser sagrado, prostituiu-se

Era para ser caminho de cruz, agora é passarela de astros

Era para ser... não é


Não é mais o lugar da simplicidade, agora tudo é escandaloso

Nâo é mais a sagrada comunhão dos fraternos, é o cansativo clube dos iguais

Não é mais o espaço da alegria, está vigiada pela suspeita da inveja

Não é mais pela força da unidade, é pelo tamanho numérico

Não é mais pela força do abraço, mas pela violência do braço

Não é mais a beleza de um judeu errante da Galileia, é a divindade disfarçada de pastor

Não é mais pela fé, é pela vitória financeira

Não é mais... não somos mais... deixamos de ser...


In-verso, a rima perdida na dor do não-ser

 

A glória de perder e a tragédia de ganhar

por Gesiel Gomes

Quantos sejam os anos da vida de um ser humano, ela sempre se caracteriza por uma sucessão de ganhos e perdas.
Jesus estabeleceu princípios estranhos, porém sólidos e verdadeiros ao deixar claro que para ganhar é preciso perder.
Muitos vivem preocupados o tempo todo com a falsa glória de perder peso e a penosa tragédia de ganhar fama. 
A perda de peso é falsa porque nada acrescenta ao caráter. O lucro da fama pode ser uma tragédia pelos inimigos que conquista e pelo mau uso das benesses por ela adquiridas.
Ganhar a salvação quase sempre significa perder amigos, mas estes são efêmeros enquanto aquela é eterna.
Quando Cristo nos ganhou, o Diabo nos perdeu. 
Moisés perdeu o fausto do trono do Egito, mas ganhou a glória da comunhão com Deus no monte.
Abraão perdeu a estabilidade de Ur dos Caldeus, mas ganhou o status de peregrino de Adonai. Em Ur, vivia em esterilidade. Como peregrino, tornou-se pai de uma multidão de nações.
Muitos perdem a honra quando ganham muito dinheiro. Outros ganham reputação, quando perdem o temor de ser honrados.
Muitos perdem o tempo que não sabem aproveitar e ganham o prêmio da inatividade. Outros ganham o troféu de laboriosos, enquanto perdem o amor pela inércia.
Abrão perdeu o nome de mais alto, para ganhar o de mais amado. É melhor ser amado em baixo, que desprezado em cima.
Jacó perdeu o direito de andar totalmente ereto entre os homens, mas ganhou o privilégio de um novo nome, que o declarava príncipe de Deus. É melhor ter o defeito de Jacó que a beleza de Absalão. 
Daniel perdeu o prazer de ricos banquetes, mas ganhou a bênção de interpretar sonhos do rei.
José perdeu a emoção de uma aventura rápida com a mulher de Potifar para ganhar a designação de Primeiro-Ministro da nação mais poderosa de seu tempo.
Esaú perdeu o respeito pela primogenitura para ganhar o título de leviano e fornicário.
João Batista considerou uma glória perder a cabeça física, para poder ganhar a aprovação da Cabeça Espiritual.
Ananias quis ganhar algumas cédulas que enriqueceriam seu patrimônio, mas perdeu a própria vida, sob o juízo de Deus.
Alguns perdem o respeito para ganhar posições. Outros perdem posições para ganhar o respeito.
Existem os que choram quando ganham, pois sabem que a vitória era de outros e os que se alegram quando perdem, pois perderam o que não deviam possuir.
Na contabilidade espiritual de Paulo, perder posições humanas era uma glória, enquanto ganhar almas era um privilégio. 
Caro leitor, como estás no ganha-e-perde da vida? 
Bem-aventurados os que se desvencilharam de tudo que ganharam erradamente. 
Mais bem-aventurados ainda os que conseguiram recuperar tudo aquilo que jamais deveriam ter perdido.
O filho pródigo, longe de casa, experimentou a tragédia de ganhar amigos. Só quando vivenciou a glória de os perder, se sentiu realmente feliz.
O irmão do filho pródigo perdeu a alegria quando o viu ganhar a reconciliação.
Para aqueles que choram as muitas perdas de ontem, recordamos que elas serão superadas e esquecidas pelas vitórias de amanhã.
O cego de Jericó viveu a glória de “perder” sua capa, para não sentir a tragédia de ganhar a morte estando ainda cego.
Ganhar é uma tragédia quando está em jogo aquilo que não se deveria possuir. Perder é uma glória quando se trata daquilo que jamais se deveria obter. 
Quando Jesus quis declarar que a tragédia de ganhar o mundo só pode ser evitada pelo desprezo à glória de ganhar o que ele oferece, Ele propôs uma questão, que nunca pode ser esquecida: 
“De que aproveitaria ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma”?

***
Gesiel Gomes 

Fugindo de tudo e de todos

por Alexandre Pitante Filho

Conforme o texto Jonas 1.1-3, Jonas foi convocado por Deus para ir a Nínive, capital da Assíria a fim de falar àquele povo sobre a crueldade que eles vinham praticando, e que a paciência de Deus com eles já tinha se acabado. Segundo estudiosos os ninivitas eram conhecidos por decapitar seus inimigos e construir uma pirâmide com os crânios.

É muito provável, que Jonas não tenha gostado de ser escolhido por Deus para tal tarefa, sabendo quem era aquele povo. Os Ninivitas eram tradicionais inimigos de Israel. Possivelmente, o medo de Jonas era tamanho que ele resolveu desobedecer a Deus, ao invés de fazer o que era correto.

Seria difícil ele aceitar o fato de que fora incumbido por Deus para alertar o seu inimigo sobre a possível punição que poderia sofrer da parte de Deus. Para Jonas, seria melhor que Deus acaba-se com todos os Assírios e pronto. Assim também somos nós, queremos facilidade quando vêm as lutas, queremos correr se esconder enfiar a cabeça dentro da terra para não ver ninguém, não falar com ninguém, ou seja, ficar isolado.

Então, nós, impedidos pelo medo, de encarar os problemas da vida resolvemos comprar uma passagem para o mais longe possível. Aí meu amado, impedidos de aceitar as situações e de fazer o que é correto, fogimos da realidade e embarcamos numa uma vida de ilusões e mentiras.

Alguns fogem da realidade da vida e do que é certo, embarcam no navio da vida que não tem mais sentido para ele. Acham uma fuga para sair da presença de Deus, culpando muitas vezes até o pastor da igreja que não o visita, cria situações diversas. Outros fogem da realidade e do que é certo, embarcando no navio das mentiras e das “maracutáias”. Conseguem mentir pra si mesmo que, até acreditam nas próprias mentiras. Muitas, são as rotas de fugas, porém é importante que se diga, agir errado e fugir, trás conseqüências drásticas sobre as nossas vidas.

Então, quem sabe no porão do “navio de nossa fuga”, dormimos e sonhamos com uma nova vida, onde não precisamos mais conviver com a idéia de ter fugido do que é certo e do que é correto, porém, algo acontece. A vida, mesmo se encarrega de cobrar dívidas deixadas para trás. Onde nós lembramos de coisas horríveis que praticamos no passado, vem tudo à nossa mente, dá aquela vontade de enfiar a cabeça na terra e não ver ninguém.

Na nossa caminhada, Deus então manda um vento forte, com ondas gigantescas que começam a balançar o nosso barco e todos os que estão em nosso redor (navio) temem e começam a nos julgar pelo nosso passado, chegam até perguntar onde está nosso Deus. Nós, somos “o fugitivo do que é certo” indiferentes da situações.

 A dureza do nosso coração se tornara indiferente aos sofrimentos. Como o capitão do navio chamou atenção de Jonas por ver ele ali parado. “Não esta vendo o navio afundar e você esta ai dormindo”? Faça alguma coisa.

Assim são as pessoas que estão ao nosso redor, olham para nos e pensam que somos super-homens. Falam coisas que acaba de matar nossa vida Espiritual. A nossa vida (navio) esta afundando num mar de materialismo que não tem fim, só pensamos em ganhar dinheiro e esquecemos as coisas de Deus, a ordem divina que nós foram dadas.

O vento e a tempestade tinham atingido o navio, pelo pecado, pelo erro e pela fuga de Jonas. Agimos da mesma forma que Jonas agiu.  Os tripulantes não tinham nada em haver com aquilo, porém sofriam as conseqüências e atitudes erradas de Jonas. Cada erro que cometemos, trazem conseqüências sobre as nossas vidas e trazem conseqüências sobre as vidas daqueles que nos rodeiam. Nossos filhos sofrem, nossa esposa sofre, os amigos sofrem, tudo ao nosso redor sofre. Já vi muitas famílias serem totalmente destruídas pelo erro de uma única pessoa. Já vi filhos pagarem caro pelos erros dos pais e já vi pais pagarem caro por erros dos filhos. Não estamos imunes, nossa fuga, trará sérias conseqüências, que poderá atingir aqueles que estão ao nosso lado. Importante que se diga, que o homem que foge de Deus, é um para-raio, tudo de ruim acontece com ele e ao seu redor. Era o caso de Jonas.

Só existe uma coisa a fazer, encarar a vida como ela é, mas, encarar com Jesus, sem Ele a vida se torna mais difícil e complicada. Vamos levantar a cabeça e andar mais um pouco como fez Agar (Gênesis 21), chegou até pedir a morte, porém o Senhor fez com que ela enxergasse um poço mais na frente para caminhar, assim também foi com Elias (I Reis 19) que do mesmo modo deitou debaixo de um pé de zimbro e pediu a morte.

O Senhor Deus deu alimento e mandou que caminhasse um pouco mais, vamos se alimentar da pura Palavra de Deus e caminhar para nova Jerusalém nossa terra prometida onde o Senhor Jesus disse os seus discipulos (João 14) que lá tem muitas moradas, para mim e para você, caro leitor.

***
  Alexandre Pitante Filho 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O rosto de Deus

por Ricardo Gondim
Rafael, Michelangelo e vários outros pintores tentaram retratar o rosto de Deus. Foram infelizes. Como mostrar na tela quem nunca foi visto? Com a proximidade do Natal, mais artistas procuram esboçar o que imaginam ser o rosto de Deus.

Ele se parece com uma criança? É o frágil bebê das manjedouras? Talvez; o reino do céu pertence aos pequeninos, aos que mamam. Ao tentar desenhar o mistério, o artista  termina com um ídolo.

O rosto de Deus, entretanto, pode ser experimentado nos sem-teto que perambulam pelas ruas e dormem nos viadutos das grandes cidades. Quando Jesus nasceu, a família estava sem moradia certa, não possuía recursos para pagar uma hospedaria e viu-se obrigada a refugiar-se em um estábulo.
O rosto de Deus pode ser percebido em vítimas de preconceito e em injustiçados. Sobre o menino que nasceu em Belém pairou uma dúvida: ele era de fato filho de José? O casal não inventara aquela história toda para se safar de um rolo?

O rosto de Deus se revela nos desprezíveis, nos que foram condenados à margem da história. Quando o menino nasceu, ninguém notou ou escutou o alarido dos anjos. A trombeta que anunciou paz na terra pela boa vontade de Deus passou desapercebida da grande maioria. Apenas um punhado de pastores foi sensível para presenciar o momento mais importante da história.

Qual o rosto de Deus? Ele não se parece com os cartões postais ou com o menino de barro das lapinhas. Deus é igualzinho a Jesus. E Jesus é bem parecido com o vizinho do lado, com a mulher que pede socorro na delegacia do bairro e com a família que chora a morte do filho no corredor do ambulatório. 

Não é preciso muito para encontrar Deus, basta um coração de carne, humano.

Soli Deo Gloria

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Aos pés de Jesus

por Alexandre Pitante

Introdução

Como é bom estar aos pés de Jesus, poder fazer a sua vontade e ouvir suas palavras tão doces como um favo de mel aos nossos ouvidos. É neste contexto de Lucas 10.38,42 que encontramos um contraste muito diferente entre duas irmãs Marta e Maria. A bíblia diz que quando Jesus chega a Betânia, mais precisamente na casa das irmãs, Marta o recebe em casa de bom gosto, mas Jesus decide ir pra fora da casa e ministrar sua palavra a todos os seus discípulos. É dentro deste cenário que Maria quis ficar “aos pés de Jesus” para ouvir sua palavra.
Estar aos pés de Jesus e uma questão de comportamento, de postura espiritual, Marta se comportou como quem não esta se importando com as palavras de Jesus ou como quem está mais interessada nas coisas desta terra se preocupando com os afazeres do nosso cotidiano, pessoas que vivem assim são pessoas que não colocar Deus como primazia em sua vida. Maria por outro lado decide. E toma uma posição, em ficar aos pés de Jesus e ouvir seus ensinamentos.

O que de fato significa para nós estar aos pés de Jesus?

I – Para compreendermos, temos que saber que só existem duas maneiras de estar “aos pés de Jesus”.


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  Assentado (Lc 10.39)

Estar assentado aos pés de Jesus fala de paciência, mansidão, calmaria. Lembre-se do episódio da multiplicação dos pães (Jo 6.1,11), Cristo ficou preocupado com a multidão que o rodeava em que iam comer, e lhe apresentaram um rapaz que tinha cinco pães e dois peixinhos, então Ele pede que o povo se assente para que ele possa operar o milagre, repare no que Cristo disse: que o povo se assentasse (Jo 6.10) todo o povo estava inquieto, muito disperso e alvoroçado e a senha era "assentar-se" para receber o milagre.

·  Prostrado ou de Joelhos (Mc 1.40 - Mc 5.33 - Mt 17.14)

Estar prostrado ou de joelhos significa me humilhar, reconhecer a Soberania Daquele que tem todo o poder e pode me dar vitória em qual seja a circunstância que vivo. Não posso me apresentar aos pés de Jesus com soberba, pois diz a bíblia “aquele que se humilhar sob a potente mão de Deus Ele ao seu tempo o exaltará, mas aquele a quem se exaltar será abatido” (1Pe 5.6). Estar de joelhos é também reconhecer a minha dependência total do Criador, porque sem Ele nada podemos fazer (Jo 15.5). Somos seres limitados, falhos, cheios de defeitos e que precisamos de Jesus em nossa vida, e com isso me prostro aos seus pés reconhecendo que sou dependente D´le o Senhor.

II – O que eu faço aos pés de Jesus?

·  Humilho-me (Mc 5.22 Jairo se humilhou)
Aos seus pés nós nos humilhamos e ato de reverencia e total obediência a sua vontade.

·  O Adoro (Mc 7.25 – Mc 5.6 até o gadareno teve que O adorar).
O Senhor não recebe adoração de qualquer maneira, somente quando estiver com a vida no altar vivendo uma vida aos pés de Jesus e que Ele receberá a nossa adoração sincera.

·  Ouço a sua Palavra (Lc 10.39 – Jo 6.68)
Jesus chega dizer que Maria estava com a melhor parte e isso não lhe seria tirada, se Ele disse que tem uma parte melhor, a pior é ficar longe dos ensinamentos do Mestre Amado e da meditação da sua Palavra.

II – O que eu ganho estando aos pés de Jesus?

·  Intimidade e Comunhão (Mc 5.40 – Sl 25.14 – Pv 3.32)
Muitos querem ter intimidade com o Senhor, mas não se submetem a sua vontade, a bíblia diz que Jairo se prostrou perante o Senhor e isso fez com que Jesus fosse a sua casa e lá entrasse. A Intimidade do Senhor é para os que o temem (Sl 25.14).

·  Benção e Vitória (Mc 7.29 – Mc 10.30)
Jesus nunca disse que teríamos uma vida só de vitória de benção ou coisa semelhante, porém, disse: que todos os que se aproximaram de Jesus com sinceridade e prostraram-se aos seus pés receberam vitória naquilo que precisavam. Pedro chega a perguntar a Jesus o que eles os discípulos ganhariam por deixarem tudo e estarem O seguindo (Mc 10.30), Jesus afirma que ninguém que deixa pai, mãe, irmão, irmã, filho, filha, campos, por amor da sua obra e amor do evangelho, não recebe nada, pelo contrario recebera ainda nesta vida 100 vezes mais e no porvir a VIDA ETERNA, "com um detalhe com perseguições", pois o versículo termina assim.

·  Vida Eterna ou Salvação (Mc 10.30 – Gl 6.8)
Viver uma vida de comportamentos santos, ações e decisões que expressam de fato estar aos pés de Jesus é semear em terra fértil e colher intimidade, Vitórias e mais do que tudo o que é transitório, é colher o que é incorruptível a “Vida Eterna”.

Conclusão

Jesus quer que fiquemos aos seus pés, junto Dele para podermos aprender com Ele e ter suas características, pois a ciência diz que o ser humano é um produto do meio, ou seja, do meio em que vive, pois a convivência traz características.
Estar aos seus pés é uma questão comportamental, nós decidimos se queremos estar aos seus pés e submetermos a sua vontade ou não. Porém a nossa decisão pode mudar o rumo da nossa vida para sempre.
Decida estar aos pés de Jesus e adorá-lo, reverenciá-lo pois isso lhe dará a VIDA ETERNA.

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A arte esquecida de servir à Deus

por Alan Brizzoti

"Disse, então, Maria : Eu sou a serva do Senhor. Cumpra-se em mim segundo a tua palavra" Lc. 1.38

Gosto de imaginar o momento em que Maria recebeu a visita angelical. Por se tratar do inesperado, nós, como humanos, tememos. Mas o ser celestial começa a utilizar as Escrituras, chega com uma mensagem que muda a história, que apregoa a grandeza de Deus e de seus planos. Mesmo assim, Maria passa a questionar, seus olhos se voltam para a impossibilidade que aquele ser celeste apresenta e oferece.

Somos assim, diante do inesperado, do fantástico, do miraculoso, nossa tendência é testar a veracidade dos fatos. Não que isso seja um problema mas, não temos a capacidade de olhar diretamente para a promessa de Deus, olhamos através de nós mesmos, a partir de nossa humanidade, sob o peso da pecaminosidade. Olhamos sem perfeição. O que me chama a atenção na conversa do anjo com Maria é que não há euforia, não há um sentimento de misticismo exacerbado, não há o frenesi espiritualista característico das chamadas “manifestações” angelicais da atualidade.

A conversa é franca, normal, natural, rápida, e acaba gerando em Maria o senso do servir. A resposta dela ao anjo é curta, porém, perfeita: “sou serva!” Ela não se ufana por ser chamada de bendita ou agraciada. Ela não brinca com o sagrado, simplesmente questiona: “como se fará isto, visto que não tenho relação com homem algum?” (Lc. 1.34). Ela pensa, mesmo frente ao divino. Não vive uma fé sem racionalidade, mesmo sabendo agora que o Espírito de Deus vai se tornar uma realidade histórica, física, palpável, denunciada pelas mudanças revolucionárias em seu corpo.

A teologia do servir em Maria vale muito mais hoje do que a simples menção de seu nome. Maria nos ensina nesse texto uma preciosa lição de espiritualidade: somos servos, portanto, não podemos usar nosso Senhor, mas sim, servi-lo com nossas vidas. Maria abriga em seu ventre o salvador do mundo, recebe em seu corpo o Cristo de Deus, lhe oferece o amor de mãe, uma das mais tremendas formas de amor da experiência humana. Se existiu alguém que amou a Jesus, esse alguém foi Maria.

Um corpo humano gerando a humanidade mais perfeita. A verdade de Maria é a verdade insondável do amor. Encontrar-se com Deus ainda é transformar-se em servo!

***
 

Você sabia porque o lenço de Jesus estava dobrado?

Por que Jesus dobrou o lenço que cobria sua cabeça no sepulcro depois de sua ressurreição? Eu nunca havia detido minha atenção a esse detalhe.

Em João 20.7, está relatado que aquele lenço que foi colocado sobre a face de Jesus, não foi apenas deixado de lado como os lençóis no túmulo. A Bíblia reserva um versículo inteiro para nos contar que o lenço fora dobrado cuidadosamente e colocado na cabeceira do túmulo de pedra.

Bem cedo pela manhã de domingo, Maria Madalena veio à tumba e descobriu que a pedra havia sido removida da entrada. Ela correu e encontrou Simão Pedro e outro discípulo, aquele que Jesus tanto amara (João), e disse ela: "Eles tiraram o corpo do Senhor, e eu não sei para onde eles o levaram."

Pedro e o outro discípulo correram ao túmulo para ver. O outro discípulo passou à frente de Pedro e lá primeiro chegou. Ele parou e observou os lençóis, mas ele não entrou. Então Simão Pedro chegou e entrou. Ele também notou os lençóis ali deixados, enquanto o lenço que cobrira a face de Jesus estava dobrado e colocado em um lado.

Isso é importante? Definitivamente. Isso é significante? Sim.

Para poder entender a significância do lenço dobrado, você tem que entender um pouco a respeito da tradição hebraica daquela época.

O lenço dobrado tem a ver com o Amo e o Servo, e todo menino judeu conhecia a tradição.

Quando o Servo colocava a mesa de jantar para o seu Amo, ele buscava ter certeza em fazê-lo exatamente da maneira que seu Amo queria.

A mesa era colocada perfeitamente e o Servo esperaria fora da visão do Amo até que o mesmo terminasse a refeição. O Servo não se atreveria nunca tocar a mesa antes que o Amo tivesse terminado a refeição.

Se o Amo tivesse terminado a refeição, ele se levantaria, limparia seus dedos e sua boca, limparia sua barba, embolaria seu lenço e o jogaria sobre a mesa. Naquele tempo, o lenço embolado queria dizer: 


"Eu terminei".

Poucos sabem disso:

Se o Amo se levantasse e deixasse o lenço dobrado ou enrolado ao lado do prato, o Servo não ousaria em tocar a mesa, porque o lenço nesta situação queria dizer:

“Eu voltarei!"

Um pequeno detalhe, pelo qual o recado nos foi dado claramente! Jesus também usou as "tradições" para passar um recado: Ele vai voltar. O lenço ainda está dobrado! O banquete ainda não terminou, ou melhor, vai ser realizado mesmo lá no céu! Maranata!


Fonte: Blog Assem-Bereia de Deus

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Solidão do Pastor

por João A. de Souza Filho

Pastores costumam ser pessoas solitárias, por vocação. Conheço muitos pastores que têm amigos de verdade, e, no entanto, têm forte tendência à solidão! A maior parte deles vive se remoendo, enquanto lutam com seus problemas interiores, sem poder encontrar um amigo de confiança com o qual desabafar. Não podem conversar sobre seus problemas e conflitos com os membros da igreja; e sequer com os demais obreiros. Desabafam com Deus, enquanto derramam o coração em lágrimas em seus momentos de solidão. Pastores sofrem com a solidão. Inda que acompanhados de tanta gente e cercados de colegas ministeriais vivem sós.

Geralmente os obreiros que os cercam não o fazem como amigos ou companheiros de jugo, vivem de encômios – aplaudem e elogiam em busca de cargos ou privilégios. Raramente encontra-se um amigo que viva o compromisso de ajudar o líder, a ponto de admoestá-lo com amor.

Por outro lado, o líder em evidência se põe perante os demais colegas ministeriais como gente de esfera superior, que não precisa da ajuda de ninguém, como super-homem, intocável, impecável – isto mesmo, no sentido de que nunca peca – inviolável e que sabe superar seus problemas.

Perante seus amigos e colegas tem uma imagem colorida de sucesso e poder – mas tais pastores são pessoas ímbeles, débeis, fracas, e esquecem que o poder de viver integralmente a vida cristã reside na dependência de Deus e na força de seus amigos.

Pastores são como águias que voam sós e vivem nos céus distantes – acima dos problemas – mas cheios destes. Deveriam agir como águias quando a sós com Deus, e quais ovelhas de um rebanho a viver ao lado dos demais.

Eis a razão porque os pastores aprendem a sofrer calados. Choram aos pés do Senhor confessando suas faltas. E gostariam de ter um amigo por perto. Mas, desabafar a quem? Arredios e acostumados a serem traídos, inteligentemente se calam. E sofrem. Gostariam de ter um amigo para conversar sobre sexo, dificuldades com a esposa, tentações, finanças, problemas pessoais, mas sofrem, ignotos, temendo o colega infido - infiel. Imaginam que podem ser traídos e prejudicados. Que diferença a confissão de pecados que os noviços e monges faziam ao seu superior nos mosteiros! Nada do que era confessado podia ser usado contra eles em juízo.

Depois que se confessava, seu superior se calava sem jamais poder usar da confissão de seu subalterno como prova de condenação em juízo. Um superior quando sabia que o noviço pecara contra a igreja não aceitava confissão, do contrário a pessoa não poderia ser questionada por ele no tribunal.

Na falta de confessores, os pastores digladiam-se internamente com seus traumas e pecados. Esquecem que a confissão traz alivio à tensão, desabafa sentimentos, cura e traz paz interior. A confissão e as lágrimas ajudam o pastor a sentir que é humano, ao mesmo tempo em que é espiritual. A confissão afasta a caligem e impede que o obreiro se torne biltre e mendaz.

O verdadeiro líder encontra noutro líder, apoio, pois ambos reconhecem a fragilidade e a tendência ao pecado do ser humano. O verdadeiro líder entende que as pessoas vivem na fraqueza, e ele também sabe que vive as mesmas fraquezas.

As Escrituras não escondem as fraquezas e as tentações dos homens de Deus, até dos mais íntimos de Jeová. Noé, Abraão, Moisés, Davi, Elias e demais homens de Deus tiveram seus momentos de fraqueza, e alguns deles são vistos em momentos de depressão, e quando o escritor aos hebreus deles se utiliza para falar da fé, não menciona, em momento algum suas fraquezas, mas a fé e a perseverança que lhes levou a obter o galardão. Todos tiveram temores. Sara, a esposa de Abraão não creu – e, no entanto aparece em Hebreus como mulher de fé! Algumas daquelas fraquezas são imperdoáveis e inadmissíveis hoje pela liderança de certas denominações.

Que pastor não tem um exemplo de traição, de um obreiro que agiu de solércia – de ardileza a relatar? Quem transmitiu ao rebanho a idéia de que nós, pastores vivemos do gáudio e do júbilo apenas? Por que o rebanho imagina que o pastor e seu báculo com seu aspecto dominante são intocáveis? Todos temos fraquezas.

Podemos recender ao perfume de Deus, ao brilho de sua glória, mas Deus sempre deixa um quê de imperfeição para manter-nos humildes diante dele. Na vida familiar uma esposa que não acompanha o obreiro ministerialmente, um filho que se desvia; um negócio que emperra; uma calúnia que nos atordoa; um pecado do qual não conseguimos nos desvencilhar; qualquer coisa, para que nos envergonhemos de nossa imperfeição. O pastor - quando olha para o espelho e vê refletido nele a glória de Deus tem a tendência de se exaltar, mas ao olhar para si mesmo, percebe que a glória de Deus que sobre ele está acentua sua imperfeição, e se põe a chorar!

Paulo tinha uma fraqueza; todos temos fraquezas. Os santos caminham com fraquezas. Sempre que pensava em contar vantagens - gloriar-se - um mensageiro de Satanás esbofeteava a Paulo. Creio que esse espinho na carne não era uma doença física, mas alguma coisa no mundo espiritual. Já que visões, sonhos e revelações estão bem acima do natural, esse espinho, bem como o demônio que o atormentava situavam-se numa esfera espiritual. Deixe-me dizer isto: certas marcas de pecado jazem em nossa mente a fim de lembrar-nos de que somos salvos e vivemos por causa da graça de Deus. Paulo orou três vezes - mas Deus não afastou a imagem que o oprimia. Deus conhece a fraqueza de Paulo e indica-lhe que terá de conviver com ela toda a vida. A resposta de Deus? "A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo..." (2 Co 12.9). 

"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós" (2 Co 4.7). Meu colega pastor deixe-me dizer uma coisa: A glória de Deus somente opera em vasos imperfeitos. E nossa imperfeição está ali, apontando para nós, dizendo-nos que precisamos de Deus, sempre! Deus deixa certas falhas nos seus filhos para que aprendam a depender exclusivamente dele. A glória e a graça de Deus vêm sobre nós escondendo nossas fraquezas. Assim como os pés dos querubins eram pés de bezerro, na descrição de Ezequiel - feios – mas brilham com a glória de Deus, nosso caminhar é santificado por sua glória.

Somos como o Mefibosete da Bíblia. Este neto de Saul, aleijado de ambos os pés; este filho de Jônatas é agora trazido para a casa de Davi e com ele come à mesa. Mas era aleijado! No entanto, suas pernas não eram vistas, ficavam encobertas sob as toalhas da mesma do rei! (2 Sm 9). Somos imperfeitos no nosso caminhar - temos pés que não condizem com a natureza de glória, estes, no entanto, têm suas imperfeições cobertas com o brilho da glória de Deus!  

No meio das tribulações - sejam elas devido a erros cometidos, a falhas humanas ou vindas diretamente de Satanás, o peso de glória é eterno, acima de toda comparação (2 Co 4.18). Porque a glória que sobre nós brilha vem de Deus. Apenas refletimos a glória de Deus!

Por isso, ao descrever este relato, faço-o na certeza de que não estou traindo alguém que me confiou seus temores. A pessoa em questão pode ser você mesmo que me lê. A que me refiro está velha demais para se importar com o fato. Viajo e ministro com pastores de todas as igrejas e de todas as denominações. Alguns homens de Deus abrem sua vida comigo à busca de soluções para seus problemas pessoais. E não posso trair a confiança em mim depositada.

O velho pastor abriu seu coração comigo. Ele tinha perguntas e inquietações não respondidas. Homem de ministério ilibado, reconhecido pela igreja, contou-me que lutou a vida toda contra as tendências homossexuais que o perturbavam periodicamente. Aceitava-se como heterossexual, constituíra família, mas não conseguia entender o por quê das tentações. Tivera uma experiência ou outra quando moço, mas depois que se convertera – afirmou – jamais voltara a práticas homossexuais por considerá-las pecado. As tentações o assombravam continuamente. Jamais se livrou delas ao longo da vida.

Sofrer tentações sem pecar é o segredo da vitória. Um hino da Harpa Cristã de linda melodia, diz:
Tentado não cedas; ceder é pecar;

Melhor e mais nobre, será triunfar;
Coragem ó crente!
Domina teu mal
Deus pode livrar-te, de queda fatal!

É uma alusão ao texto de hebreus 4.15: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado (...) e é capaz de condoer-se dos ignorantes e dos que erram, pois também ele mesmo está rodeado de fraquezas”.

É nesta confiança, amado pastor, que confessamos ao Senhor nossas faltas, porque ele nos entende. À semelhança do sumo sacerdote que vivia cercado de fraquezas e que precisava, ele mesmo fazer a purificação de seus pecados antes de expiar os pecados do povo, também nós precisamos entender que os colegas que nos cercam vivem rodeados de fraquezas, que erram, e, como nós, são perdoados.

O nosso Senhor Jesus assumiu a forma humana, “para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote, nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2.17-18).

Tenha um amigo. Abra seu coração 

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